terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Fechadas pra balanço

Aos nossos queridos leitores. O blog está suspenso por um breve período, não apenas para recesso de Natal e Ano-Novo, mas também para que sejam efetuadas algumas mudanças no layout e “corpo funcional” deste sítio. Voltamos em 2008, reformuladas. Podem esperar! Vai ser melhor que promoção pós-natal!!! Aproveitando o ensejo... UM ÓTIMO NATAL A TODOS, FELIZ 2008!!!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Samsara

Para os indianos, Samsara é a roda de nascimentos e renascimentos que se repetem até que a perfeição da alma seja alcançada, as missões ou buscas cumpridas ou todos os pecados e karmas devidamente expurgados. No Samsara, revivemos eternamente a mesma situação, em contextos diferentes, até aprendermos a melhor maneira de quebrar o ciclo.

Não adianta perguntar o começo; ela não sabe. Não adianta pedir, ou mesmo insistir que ela vasculhe a memória atrás do fugaz instante em que os olhos, de nada quererem, passaram a tudo desejar. Inútil implorar, teimar e argumentar que tais coisas não se esquecem assim. Ela simplesmente não faz idéia. Foi muito natural, diria ela, tal como respirar, dormir ou comer. Estava no código genético, no inconsciente coletivo, no imaginário popular, ou onde quer que prefiram determinar os estudiosos que porventura se interessarem pelo assunto. Estava na história pintada nas paredes das cavernas ou forjada a ferro e fogo, na memória dos ancestrais, no seu próprio sangue. A informação passou pelas hemoglobinas, pelos cromossomos, pelas cadeias protéicas, invadiu cada núcleo até estar em toda parte, nela toda. Disseminou como peste, como epidemia, e num instante, não havia mais nenhuma célula imune.

Talvez forçando o cérebro, ela lembre que no começo, não houve sintomas. Nada de olhos brilhando ou do mundo parar ao som das notas de Debussy vindas dos céus. Começou, talvez, com um menos pretensioso Neruda, só para animar a vida e fazer esquecer de tudo o que não vale a pena lembrar. Não! Isso não é verdade! Porque se o começo reside aí, de onde vem tanta familiaridade? Como se olhasse nos olhos dele desde o início dos tempos, desde que o universo era apenas pó e a mão divina ordenou que se fizesse a luz. Como se nele residissem todas as respostas às perguntas que ela ainda nem pensou em fazer, e se abrigasse todo o mistério de si mesma.

De que forma explicar a eternidade em um segundo, a estranha sensação de não ter segredos, nem se quisesse, cada vez que ele a fitava? A embriaguez que tomava conta dos sentidos e a obrigava à verdade? Para ele, não mentia, não usava do expediente de mantê-lo à distância – e desconfiava que se tentasse, atestaria pela primeira vez a ineficácia do método. Parecia que sempre o havia conhecido, e os vinte e um anos de sua vida até aqui foram apenas minutos que ele passou fora, os minutos que ele atrasou para chegar à estréia do filme, culpa do trânsito. E todas as conversas diziam, no íntimo, no instante sem te ver, eu nasci, cresci, vivi, mas não se preocupe, porque vou te contar os detalhes destas duas décadas que passaste longe. Tu também me contas o que andou fazendo, e a partir daí, vamos apenas lembrar o que veio antes, muito antes de nós mesmos.

Mais do que conhecendo, sentia como se o estivesse relembrando. Relembrando a maneira de alternar a direção do olhar entre ela e a sua frente enquanto narra uma história, ou de baixar os olhos quando conta algo que o aborrece. Recordando o jeito engraçado de gargalhar, fechando os olhos, e de fazer caretas para implicar, de contrariar sem convicção alguma, só por gosto, e de olhar como se bebesse da fonte inesgotável de absurdos que saem da boca dela. Rememorando o sabor do abraço, do cheiro, da segurança do colo quando a intenção era apenas a de caber em uma cama estreita para discutir um projeto acadêmico. A doçura das palavras e o cinismo da voz, a suavidade do rosto e carinho do sorriso, tudo já conhecia há tempos, tempo demais para saber quando. As três semanas passadas desde a primeira conversa não passavam de ilusão; realidade era o infinito, o eterno, o impalpável.

Até o beijo, quando veio, chegou carregado de conhecimento. Muito, muito antes dele se inclinar para beijá-la, ela já sabia o gosto inebriante que lhe saía da boca, e talvez por isso tenha rido tanto. Talvez por já adivinhar o que viria pela frente, impacientou-se, e disse: Pensei que nunca fosses fazer isso! Por ter certeza de que ele não temeria o inferno dentro dela, e por saber que com ele, dificilmente viveria um inferno, pulou todas as etapas estipuladas por ela mesma, porque ele já as tinha vencido outras vezes. Porque a sensação de sempre, de passado e futuro neles se misturam, e é despejada no presente, como se nada mais existisse, e tudo fizesse sentido, e todos os problemas do mundo pudessem ser resolvidos por eles, enquanto aguardam abraçados ao início da sessão de cinema.

E se os hindus têm razão e a explicação para esta história está no Samsara? E se eles estão condenados a reviver eternamente o mesmo enredo, o mesmo início? Neste caso, ela desconfia que, se aprender a sair da roda, vai tratar de esquecer a fórmula para nunca mais quebrar o ciclo.

Procura-se

Aos nossos queridos leitores, calma.

Não saímos do ar. Acontece apenas que Fraulein e Lady viajaram de mudança pra uma cidade beeeem longe da original e ainda estão desacostumadas ao clima, às ruas, etc. Enquanto tentam voltar ao normal e continuar escrevendo as aventuras e desventuras em série que sempre acompanham as damas, o blog acabou ficando meio solitário...

Assim sendo, a Lady vai postar já já um texto que é cheio de memórias afetivas... não percam! Em pouco tempo, voltamos à velha forma. E as histórias completas das mudanças, a gente promete contar em breve! Abraços a todos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Dia de festa?

Aniversário diferente, com sabor de despedida. Bolo doce, gostoso, mas com sabor final um pouco amargo. Vontade de se rasgar na pista contrastando com o desejo de ficar quieta no canto, em casa, sem falar com ninguém.
Não estava melancólica, só queria que fosse um dia normal, como qualquer outro. Não sentia, como nos anos anteriores, que era o seu dia. Sabia que era o prenúncio da partida, o começo do fim de um ciclo. Tá certo que era pra começar outro, mas a coragem (ou a falta dela) oscilava continuamente. Ora queria que os dias voassem, ora pedia pra fugir da decisão.
O fato é que a hora sempre chega, assim como as velinhas aumentam todos os anos e os bolos sempre têm um sabor diferente, mesmo quando feitos pelas mesmas doces mãos que a acalentavam desde bebê.
Agora sim começa a ficar melancólica, pensando nas despedidas, na saudade já antecipada, na solidão e no caos interno, no medo... Sabe que faz parte do amadurecimento, mas precisa doer tanto, precisa castigar com mais força do que já foi o adolescer?
Enfim, como bem disse uma velha companheira, o bom filho à casa torna. Está na hora de regressar do sonho amazônico e se inserir na realidade cosmo-marítimo-musical que a espera. É apagar as velinhas e ver no que vai dar.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

I have only one burning desire...

... let me stand next to your fire!

(Colaboração especial da Señorita Manzanilla, nossa amiga groupie cheia de babados musicais).
“Vamos, é a próxima banda”, disse eu à Carol, que me acompanhava no show daquela noite.
Na verdade, estávamos em um festival. Bandas de todos os lugares se apresentavam, mas eu estava ali apenas por uma, a que tinha o vocalista que povoava meus sonhos... Já nos conhecíamos virtualmente e eu já havia visto um show deles, mas era dessa vez que eu ia tentar falar com ele e, quem sabe, conseguir algo do qual pudesse me recordar daquela noite.
Quando chegamos perto do palco, ele me viu e me reconheceu. Mandou um beijo e eu quase desmaio. Queria que fosse um de verdade, de preferência na boca, mas por enquanto já estava bem feliz...
Ele era um tipo bem sexy: alto, cabelos nem longos, nem curtos, bagunçados, calça de couro e botas. Sua performance no show me enlouquecia. A única vontade que eu tinha era a de estar sozinha com ele entre quatro paredes e tê-lo só pra mim. Eu realmente o desejava (por que diabos estou usando o verbo no passado se o sentimento ainda é presente?).
Começa o show. Gritos histéricos saem da minha garganta. Quanto mais o show avançava, mais extasiada eu ficava... Tinha vontade de subir no palco e agarrá-lo. Durante o show ele me joga a palheta com a qual tocava guitarra, mas não consegui pegá-la. “Merda!”, pensei.
Ele desce e se joga à multidão. O show está acabando. Eu, que não sou boba nem nada, me aproveito da situação pra dar uma bela pegada na bunda dele. Provavelmente ele nunca saberá que aquela mão era minha, mas isso já pagou o meu ingresso!
Após algum tempo, o encontro perambulando por entre as pessoas. Fui falar com ele e recebi as lembranças que tanto queria: um autógrafo e um adereço que ele usava. Não fiquei com ele, mas ganhei abraços e beijos tão carinhosos, que me deixaram nas nuvens... Sim, ele sabe que eu existo, e isso faz eu me sentir especial. Quantas meninas não queriam estar no meu lugar??
Não sei quando irei vê-lo novamente, mas sei que, onde ele for, um pedacinho de mim irá com ele. A cada show dele que eu for, renovarei a esperança de, algum dia, ter algo a mais com ele, mesmo que só por um breve momento. Será que consigo???

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Top 5 PodresPudores

Fomos desafiadas novamente. Vocês nem imaginam o quanto isso é excitante... Desta vez, foi Miz Lilian, do Urbanópolis, quem nos convocou a postar quais são as cinco invenções mais valiosas da humanidade... Dá uma olhadinha:
1) SUTIÃ – foi-se o tempo em que as feministas queimavam a peça criada no início do século XX para provar a sublevação do supérfluo-feminino-fútil. Hoje, a bendita pecinha serve para elevar a moral, aumentar a auto-estima, e ainda conceder um update a qualquer diazinho meio down na relação. Sem contar que, de tanto usar sutiã, libertadores são os dias em que saímos sem eles... Sem que os outros suspeitem.
2) PÍLULA e CAMISINHA – Associada à independência financeira obtida na década de 50 (apesar de ser necessário pedir autorização pra trabalhar), a pílula foi uma das responsáveis pela liberação sexual e a possibilidade de escolha feminina. Quando a AIDS surgiu, pensou-se que era fim de festa, até a camisinha aparecer. Mesmo quem acredita na conspiração conservadora americana, deve agradecer à invenção feita de látex. Mas a história é mais antiga: o rei Sol, Luís XIV, usava algo semelhante, feito com crina de cavalo, para evitar doenças e filhos ilegítimos – o que, cá pra nós, com a quantidade de amantes do francês emproado, era bastante útil.
3) FOTOGRAFIA – se hoje a gente olha para as fotos com amor ou com ódio, usa pra fazer magia negra e vive criando fotologs, tudo isso se deve a um sujeito chamado Louis Daguerre, que em 1835 inventou um sistema de impressão de imagens em uma chapa revestida de prata (na verdade, vieram outros antes dele, mas como o mundo só se lembra dos Irmãos Wright quando se trata de aviação, eu tbm só lembro do tal francês – e nem sei se ele era pegável!). Mal sabia o coitado que muitos anos após a sua invenção, iam criar o item mais odiado da fotografia mundial: as malditas fotos 3x4. Se você costuma sair bem nelas, creia: você não existe. Ou sua auto-crítica não.
4) ÓCULOS DE SOL – fazer charme, secar com discrição, e ainda proteger os globos oculares da maléfica ação dos raios ultra-violeta. Quer coisa melhor e mais multiuso? Que dirão os famosos óculos de Jackie Kennedy Onassis... Não se sabe exatamente quem foi o gênio que decidiu colocar lentes coloridas em uma haste, mas o fato é que até Nero, aquele doidão que pôs fogo em Roma, usava óculos com lentes verdes.

5) ORKUT, FOTOLOG E OUTRAS BOBAGENS PRA BISBILHOTAR A VIDA ALHEIA – antes, bisbilhotar era coisa de Candinha, solteirona que não tinha o que fazer. Hoje, em tempos de Big Brother, dar aquela espiadinha no orkut alheio é o que o tiozinho Freud chamou de pulsão escópica lá nas suas teses malucas de sexualidade, ou seja, o impulso de ver, de saber. Quem nunca quis saber se a grama do vizinho realmente é mais verde, que saia do orkut. E não invente de apagar todos os recados, seu corta-liga!
BÔNUS TRACK
CHOCOLATE – tudo bem, tudo bem, a Miz Lilian já citou a antiga bebida asteca como uma das suas escolhas. Mas francamente, além de ser uma delícia, não há mulher que consiga ficar sem uma barrinha durante os períodos de carência e TPM. Aliás, está comprovado: comer chocolate faz com que o cérebro libere uma alta dosagem de feniletilamina, a mesma substância do bem-estar de quando estamos apaixonados.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Café com leite e água tônica

(Colaboração especial de Mr. Peanut, o jovem mancebo no Clube das Luluzinhas)

Ele odiava café, mas tomaria quantas xícaras fossem necessárias pra ouvir dela mais um “o senhor deseja alguma coisa?”
“Idiotices românticas”, pensava. Francamente, aos 58 anos já não se têm mas esse tipo de comportamento. Imagine! Arranjar desculpas furadas pra encontrar... não! Nem chega a ser encontro! Pra ver – isso, apenas ver – uma garçonete de cafeteria.
Ok, provavelmente a maioria das mulheres devem pensar: “que velho safado! Nessa idade, atrás de garçonete! Deve ser algum daqueles tarados que falam aquelas merdas pra qualquer bunda feminina que passa pela frente”. Não, definitivamente, Seu Inácio não se encaixava nesse currículo. Ele foi casado – e por longos 32 anos. Não é todo mundo hoje em dia que pode dizer isso. Ainda mais nesses tempos de “ficar” que esses jovens vadios inventaram. Não, não era obsessão nem taradices que o levavam periodicamente para aquela cafeteria.
Ele começava a desconfiar que fosse paixão.
Bem, paixão ou não, a verdade era que Inácio não iria mais para a bendita cafeteria apenas para ver a Gysele (isso mesmo, com “y”. Ela era especial até no nome). Não senhor, hoje ele iria conversar com ela. Mas como é que se galanteia uma jovem nesses tempos modernos? “Ah meu deus! ‘Galanteia`? eu sou antigo até no conceito!”, lastimava-se.
No fundo da xícara da sua alma, lá onde está a borra com aquele restinho de açúcar que não dissolveu, Inácio sabia que era uma missão suicida. Sabia que Gysele jamais trocaria qualquer rapaz da sua idade por um velho magro e acabado. Ele se sentia um Dom Quixote, indo lutar contra moinhos de vento que se manteriam incólumes, sem mover um centímetro do lugar.
Pois que assim seja.
Botou a melhor roupa que tinha. Calça jeans, pra parecer jovem. Camisa de botão, pra parecer mais sério. O sapato que não via a cor de uma graxa fazia tempo estava reluzindo. “Um marrom achocolatado, pra combinar com a pele dela”, pensava exultante. Seu Inácio nunca foi gordo, mas também não era um exemplo de corpo atlético. Era, digamos, normal. Cabelos, ainda tinha de sobra, pode acreditar! Uma das coisas que adorava era não ter herdado o gene da calvície precoce. Maravilha!
Pronto, já estava na porta da cafeteria. Como de costume, lá vinha Gysele abrir a porta de vidro. “Boa noite”, e após entrar “O senhor deseja alguma coisa?” Ele poderia ter respondido que não. Que só de ouvir essa saudação seu coraçãozinho velho e moído ganhava um fôlego extra. Quanto custava a saudação? “Vou escolher na vitrine primeiro, obrigado. É pra minha neta sabe?”. Gysele deu um sorriso cortês e se afastou. Tudo bem que ela dizia a saudação pra todo mundo que entrava ali mas....ele jurava que o “o senhor deseja alguma coisa?” dela pra ele tinha algo de especial.
Enquanto matutava sobre isso, o céu desaba em chuva do lado de fora. É, não tinha jeito. Nada de sair correndo. O destino parecia estar obrigando esse velho idiota a finalmente tomar uma atitude.
Inácio se senta à mesa e pede um café com leite – ao menos com leite ele tomava. O local era pequeno, tinha apenas quatro mesas. Na do cantinho, estava um casal de namorados (decididamente apaixonados. Dava pra perceber pelos beijos). As do meio estavam vazias. Ele ocupava a mesa mais próxima do balcão, onde estava Gysele.
Levanta-se da mesa, dirige-se ao balcão. Começa a tentar fazer as perguntas habituais. Quanto tempo de trabalho, se gosta do trabalho etc. Cada resposta vem como uma gota de adoçante num café expresso: pequena, simples e sem graça. Não era preciso ser comunicólogo pra entender o que as respostas monossilábicas significavam. Ele era mais um cliente. Mais um. E só.
E se ele fosse sincero? Se apenas dissesse que aquele “o senhor deseja alguma coisa?” significava tanto pra ele? Nem os filhos, quando ligavam – e olhe lá – o chamavam mais de “senhor” com tanto carinho e emoldurado num sorriso daqueles!
Debruçado sobre o balcão de vidro, cabeça baixa, olhos fixos numa torta de chocolate, Inácio olha de canto para o casal do cantinho. A garota também olha rapidamente, cochicha algo no ouvido do namorado e ambos começam a rir baixinho.

“Que diabos estou fazendo aqui?” Paga o café, dá um boa noite para Gysele – o último – e vai embora. Já nem percebe se continua a chover ou não. Ela não servia para os clientes um cálice de água tônica, junto com o café expresso? Então! Ele precisava de água. Precisava tirar o gosto daquela xícara de café com leite. E precisava tirar o gosto que nunca ia sentir.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Mr. HardCock nunca teve um Orgasmo!

Fomos desafiadas. E ninguém desafia as Damas e sai impune. O companheiro do blog vizinho, Max Reinert, do Pequeno Inventário de Impropriedades, comentou que o orgasmo masculino também não era exatamente como estávamos pensando... é claro que ele teve que pagar pela língua virando nosso escravo e escrevendo para nós um texto especialísssimo, exclusivo, que você lê abaixo. Como somos magnânimas, para não deixá-lo na mão, o texto mais novo das Damas do Podres Pudores pode ser lido no blog dele... quer um conselho? Não se contente apenas com um, leia os dois!

Mr. Karl HardCock era um cara legal.

Gostava de seu sobrenome. Gostava do sucesso que fazia com as mulheres. Gostava de vê-las delirando e gemendo sob/sobre ele. Sua vida era feliz.

Mas, um dia, Mr. HardCock conheceu uma menina diferente. Nada anormal não. Só que durante o sexo ela pediu um pouco mais de calma, depois um pouco mais de força, depois um outro ritmo, depois olhou nos olhos dele sem fazer nenhum escândalo e nem gritar "oh, yes", depois fez coisas que Mr HardCock nunca tinha presenciado. Mr HardCock ficou um pouco confuso, mas entrou no clima e foi tentando se habituar aos novos procedimentos. Mr HardCock já logo pensou que seria uma das melhores gozadas de sua vida. Aos poucos Mr HardCock começou a sentir desejos que nunca tinha sentido antes. Mr HardCock teve vontade de sugar a alma da menina pela boca. Mr HardCock teve vontade de fundir-se com ela. Imaginou que seria ótimo se pudessem realizar algum tipo de reação nuclear. Quando a menina puxou-o pela nuca e lhe mordeu o ombro, Mr HardCock lembrou-se de um documentário da Discovery sobre lobos acasalando. Quando a menina pediu - Me bate! - Mr HardCock sentiu-se um carrasco aplicando a sentença mais cruel do mundo. Quando Mr HardCock pediu também - Me bate! - o tapa que levou percorreu desde o abdômem, o local do impacto, até o cérebro com uma lerdeza que ele nunca havia visto antes. Pôde sentir todo o caminho dos impulsos elétricos por dentro do seu corpo. E pôde sentir que a menina parecia saber qual caminho era esse, pois o caminho percorrido por sua língua era idêntico e também elétrico.

Mr HardCock sentiu-se o homem mais poderoso do mundo durante esta transa. Mr HardCock sentiu-se o homem mais vulnerável do mundo durante esta transa. Realmente, esta seria a melhor gozada de sua vida!

O encontro entre Mr HardCock e a menina seguia oferecendo novidades. Não era nada estranho nem pervertido ao extremo. A diferença não estava no que faziam e sim no como faziam. Mr HardCock nunca entendeu o que aquela menina havia despertado nele. Parecia algum tipo de reação química entre os dois. Não era amor, nem nenhuma fantasia romântica. Mas, não podia deixar de sentir que nunca esteve tão próximo de outra pessoa quanto naquele momento. Os pensamentos de Mr HardCock não paravam no lugar.

Mas, não pensem que ele estava desconcentrado. Sabia muito bem o que estava fazendo. A menina também estava vivendo um momento interessante, pelo menos era o que seus olhos diziam, embora de sua boca saíssem alguns xingamentos e outros ruídos ininteligíveis.

E foi então que aconteceu. Mr HardCock sentiu que a ejaculação se aproximava. Bom, na verdade já fazia um tempo que a ejaculação estava aproximando-se, mas essa era a ultima aproximação, aquela que ele sabia que não iria conseguir conter. Mr HardCock avisou a menina. Ela disse apenas - Eu também. Mr HardCock então se liberou para o gran-finale. A menina também. O ritmo tornava-se algo vertiginoso. Mr HardCock assustou-se um pouco quando percebeu que não conseguia mais respirar. Assustou-se um pouco mais quando sentiu uma contração absurda no abdômem, nada que já tivesse sentido antes. Seu coração também se acelerou absurdamente. Ele reconhecia os sinais, mas desta vez parecia tudo extremamente ampliado. Em seguida, deixou de sentir as pernas, o que fez com que desabasse sobre a menina. Ela gemeu e sorriu. Um sopro de ar preencheu seus pulmões. As contrações em seu corpo começavam a diminuir de intensidade. Mr HardCock ficou um pouco preocupado, pensando que não havia ejaculado. Retirou cuidadosamente o pênis de dentro da menina e ao retirar a camisinha percebeu que tudo havia acontecido normalmente, ou pelo menos quase!

Deitaram-se lado a lado. Mr HardCock sentiu, pela primeira vez, um sono tremendo. Como se estivesse completamente sem energia. logo ele que sempre se gabara de estabelecer uma conversa interessante após o sexo. Olhou para a menina e viu que ela respirava tranquilamente, com os olhos semi-serrados. Tentou falar alguma coisa, ela simplesmente disse - Shhhhh.... e virou de costas, puxando a mão dele para perto do seio. Ele envolveu-a com os braços, misturou seus pés com os dela, beijou-a na nuca e adormeceram. Tranquilos.

Encontraram-se mais cinco vezes depois. O sexo era sempre assim, incrível. Mas, não combinavam no resto. Na política. Nos ideais. No gosto das roupas. Não conseguiram estabelecer uma relação. Sentem carinho um pelo outro e tesão, muito tesão. Mr HardCock, quero dizer, Karl, que é como ele se apresenta agora, já encontrou outras parceiras que o fizeram sentir isso aí de cima. Às vezes não encontra. Às vezes é apenas legal, com esforço de ambos os lados. Mas Karl não sente culpa. Ele sempre se entrega à batalha.

Mr Karl HardCock nunca havia tido um orgasmo. Até aquele dia.

By Max Reinert

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Prêmios

Ok, depois de tanto silêncio, chegou a hora da resposta! Não pensem que foi por mal, é que se a vida de um jornalista já é uma coisa, imagine a de quatro damas jornalistas!!!

Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer demais as indicações aos prêmios. Puxa, gente, nosso blog só tem um mês e pra nós já é um tremendo sucesso a quantidade de acessos e comentários que tivemos. Tudo bem que comparado aos blogs mais estrelas não é nada, mas olhe o tempo de estrada dos outros... Podres Pudores ainda nem engatinha, só está no berço, e já é motivo de orgulho para suas zelosas mamães...

Então vamos às indicações...

1. Prêmio The Power of SCHMOOZE

Fomos indicadas ao prêmio pela Cris Penha, do Laboratório de Geografia. Para saber um pouco sobre seus parâmetros, visite a página do Mike, que é o idealizador do prêmio.

Schmooze: (Verbo) fofocar, jogar conversa fora, trocar idéias. (Substantivo) conversa, bate-papo.

Então, aqui estão nossos cinco indicados, em ordem alfabética:

2. Prêmio Blog Day Cinco Estrelas
Aqui agradecemos à Izadora, do Slice of Life. Vc acha mais informações a respeito do regulamento no blog da Elza, que é a criadora do concurso.

Nossos cinco indicados, em ordem alfabética, são esses:

terça-feira, 31 de julho de 2007

Os cata-ventos

- Então, meninas, é isto. Vocês aceitam me ajudar?

As quatro mulheres à frente de Débora se entreolharam, tentando ler os semblantes umas das outras para saber se topavam ou não. Liliane, a prima, interveio e salvou a situação com as amigas: - Vamos fazer o seguinte: fala quem quiser. A Débora precisa da gente pra reportagem dela, mas ninguém é obrigada a nada. Quem não estiver a fim, fica quieta e curte a bebida e o papo. Eu começo. Débora quase levantou as mãos em louvor à prima que os deuses colocaram em sua vida. Sete anos mais velha, descolada, independente, morando com o namorado, Liliane era tudo o que a jornalista queria ser. - Eu tinha 15 anos – começou – Queria que minha primeira vez fosse com o namorado da época, o Serginho, lembra dele? Pois é. Dois dias depois do meu aniversário, estava sozinha em casa, ele apareceu. E foi. - Foi bom? - Depende. Foi legal, ele me tratou bem, não senti dor. Mas também não senti nada. Os meses passaram, a gente fazia, fazia... ele revirava os olhos, gemia e pronto. Eu, nada. Podia dormir que não faria diferença. - Nada de prazer? - Não. A gente transava há oito meses e nada. Eu achava que fosse comigo. Até que um dia, fui à festa de uma vizinha que havia passado no vestibular. Festa sem pais, galera mais velha, eu sozinha... tinha um cara lindo lá, quatro anos mais velho que eu. Não parava de me olhar. Eu me sentia despida com aqueles olhos me seguindo, mas gostei. Daí, fui ao banheiro, no andar de cima. Quando abri a porta para sair, dei de cara com ele. Me beijou, me deixou em brasa. Entramos em um dos quartos. Nem conversamos, ele me atirou na cama, e me arrancou as roupas. Parecia um bicho. Quando ele tirou as calças, não consegui dar um pio: era enorme! Botou a camisinha e imediatamente meteu em mim. Quis gritar, doeu fundo e fino, mas foi ficando bom. Depois de um tempo, gritei mesmo, mas de prazer. Parecia que o mundo girava cada vez mais rápido, rodopiava. - Como um cata-vento! – completou Giovanna. – Também foi a sensação que tive. - Foi muito bom – continuou Liliane – Depois, ainda nos vimos outras vezes, mas acabou. Serviu para descobrir que gosto de um pouco de violência, de tesão desenfreado. Papai e mamãe não me faz gozar. Elas levaram tempo para voltar a si, lembrando das próprias experiências. Carol tomou a palavra. - Comigo foi bem diferente. Namorava fixo, tinha 17 anos. Tentamos transar desde agosto, mas eu não conseguia, sentia muita dor. Pensem: eu era uma virgenzinha indefesa, e ele tinha 19 cm. Sim, eu medi! – disse ela, diante da expressão estupefata das outras – Só dois meses depois consegui relaxar e rolou. Foi bom, mas só. Não vi estrelas, o quarto não rodou, não houve fogos de artifício.
- Nem cata-ventos? - Nem cata-ventos. Continuamos transando... depois de um mês, eu senti alguma coisa a mais e gostei do negócio. Mas pra mim, não era um orgasmo. Passaram mais quatro semanas até que, conversando com uma amiga, ela me descreveu como era chegar lá. Pensei: “que legal! Gozei e só descobri um mês depois!”.
Risos altos, elas chamaram a atenção dos ocupantes das mesas próximas. Todos homens. Débora pensava: “Aiai, eles estão ouvindo!”. E depois, “Dane-se. Todo mundo goza. E quem não goza, deveria”. - O que você esperava, Carol? - Sei lá. Fogos. Cata-ventos. Algo que fosse muito maior. Mas ficou maior com o passar do tempo. É como girar cada vez mais rápido, de braços abertos, sozinha em uma planície. Como um pião.
Engraçado. Era a segunda vez que usavam um brinquedo para descrever a sensação de orgasmo. De repente, deu-se conta do quanto eram todas jovens. Entre ela e a mais velha, apenas sete anos de diferença. E agora, discutiam a magia mais antiga do mundo. Como se fossem crianças de brinquedo novo. - Já eu passei um bom tempo só gozando com uma boa chupada – Giovanna, 28 anos, tinha que ser ela. Bem que parecia ter cara de puta. Falava alto, chamou ainda mais a atenção – Perdi a virgindade aos 18. Já me masturbava antes, até sentia algum prazer, mas nada de parar o mundo. Era feinha, demorei a perceber que causava interesse nos outros. Então, quando me vi com 18 anos, na faculdade, ainda virgem, entrei em desespero. Dei pra um cara que nunca tinha visto, num dos forrós universitários. Ele tava bêbado, não ia lembrar pra contar pra ninguém. Foi num banco de carro. Horrível. Só gozei pela primeira vez um ano depois, quando transei com uma garota. Fui porque quis ser moderna, acabei adorando. Ela me fez um oral maravilhoso, eu ia às nuvens. Também transei com outras garotas, até me acertar com os rapazes. Transei com homens, mulheres, vários ao mesmo tempo. Hoje, estou há dois anos com a Clara. O melhor orgasmo da minha vida! A mulher mais linda que já vi... Ficou um tempinho em silêncio, os olhos marejados. Não, ela não era puta. Só se forçava pra parecer descolada. Como se sexo não tivesse importância, amor não existisse. Não passamos todas por fases assim? De experimentação, de galinhagem. Até descobrir que ficar presa nos olhos de alguém é a melhor coisa que pode acontecer. Ficaram pensando a respeito de amor, até que Sarah soltou:
- Já eu gozei antes de perder a virgindade... Olhares atônitos. O bar inteiro esperava os detalhes sórdidos. - Eu dava amassos mais fortes nos ficantes desde os quinze anos. Um deles uma vez fez alguma coisa com os dedos que até hoje não consegui descobrir exatamente, mas era bom demais! Foi assim que tive meu primeiro orgasmo. Depois perdi a virgindade, transei com outros caras, e nada. Só tive outro orgasmo quando reencontrei o mesmo ficante da masturbação. - Nossa, que dedos mágicos! - Pois é. E foi na mosca. Gozei de novo. Achei que o melhor era transar com ele pra ver se eu sentia alguma coisa. Daí, foi! Finalmente o cata-vento! - E continua sendo difícil gozar? - Que nada! Depois que aprendi, gozo rapidíssimo. Melhor que um coelho! O Lauro tem dificuldades em me manter interessada depois que gozo... foco, meninas. Tudo é uma questão de foco!! - Então... um brinde ao cata-vento! Levantaram os copos, só para ter uma surpresa: o bar inteiro, discretamente, brindou com elas. Ao cata-vento. Débora saiu do bar com a cabeça leve, o corpo flutuando. Bêbada, evidente. Mas também com uma vontade... do táxi, ligou para o namorado e o chamou para encontrá-la em casa. A noite seria de muitos cata-ventos.