sábado, 7 de julho de 2007

Burros, grilos e outros bichos

Durante um súbito acesso após ouvir dezenas de vezes Perfect Day, do Lou Reed, não me contive e liguei pra ele. Senti uma necessidade absurda de ouvi-lo, por mais que não fosse escutar juras de amor nem trechos nerudianos... Era só o tom de voz, aquela fala pausada, os acordes que sempre me soam melodiosos... Tá, tudo bem, Lady e eu entramos em consenso dia desses que se o amor não fosse burro, as mulheres seriam lésbicas e procriariam através de métodos artificiais! Mas atire a primeira pedra quem nunca se apaixonou perdidamente, seja por um bom moço ou – pior! – por um canalha, e não foi correspondida... Amanhã faz um ano que trocamos nosso primeiro beijo. Lógico que nem toquei nesse assunto, nosso caso è finito há um bom tempo. No entanto, maldita burrice amorosa, ainda suspiro pelo moçoilo que me ensinou a ir às nuvens ouvindo Miles Davis em questão de dias. Ao lado dele, muitas vezes me senti burra, mas nada que não superasse em pouco tempo e o fizesse se sentir um panaca depois que peguei as manhas. De acordo com um amigo que atua como meu psicólogo pessoal (sem sê-lo), tenho um sério problema que me faz ver que o amor só é burro de vez em quando: eu só me apaixono por homens extremamente inteligentes e minha paixão dura o tempo suficiente para que eu sugue todo o conhecimento deles que me interessa. Depois disso, descarto. Então provavelmente não esqueci o moçoilo porque ele não me deu tempo de sugá-lo inteiramente, faltam algumas coisinhas pra aprender com ele. Me senti meio monstra depois dessa constatação e, pior, veio de brinde aquela célebre dúvida: meu Deus, morrerei só ou surgirá uma wikipédia cultural ambulante em minha vida que terá conhecimento suficiente para ocupar o resto dos meus dias??? Marquei de ver amanhã o moçoilo que não foi inteiramente sugado, vou devolver um Cd que está comigo. Uma nova chance? Hahahaha, sonhei. Acho que consegui me interessar por um homem esperto o suficiente pra enxergar minhas nuances tenebrosas... Hein? Quê que eu tô falando? Homem esperto? São todos tão previsíveis... O problema é que ele me assusta sem nem saber e desarma meu lado negro da força. Qual gatinha assustada, me escondo debaixo da mesa mas, é claro, armo o próximo bote pra brincar com minha presa.

6 comentários:

Anônimo disse...

Sugadora de cultura? =o

Casa com uma biblioteca logo! :P

Maldades à parte, adorei a parte do porquê de o amor ser burro kkkkkkkkkkkkkk. Acho que é bem por aí!

=*

Cris Penha disse...

Que grande descoberta!!

adorei este bog e vou passar por aqui sempre.

O textos estão simplesmente nota 10!!

Deleite Crônico disse...

hahahaahha,muito bom.






http://deleitecronico.blogspot.com/
tudo para sua diversão

H. Junior disse...

espero q vc tenha mtu sucesso com seu blog novo

parabens

abraço

Anônimo disse...

Compatibilizar bem as idéias com os fatos você sempre soube, cuidado pra não ligar erros a fatos errados (sempre os fatos...). E segue a objetividade da vida, se assim melhor te aprouver de rebentos de felicidade. Abraço do amigo, crítico, mas amigo, Glauco.

Anônimo disse...

Conhecimento é um processo contínuo que parte do interior para o exterior, portanto ele não se esgota e não deve ser confundido com informação.
Despertar para o conhecimento é um exercício diário, e quem ainda não acordou está vivendo por viver.
Amar é conhecer, amar não cansa quando se permite amar verdadeiramente... ih, chega! Tô viajando já! hehehe
Passei só p/ parabenizar pelo blog, está excelente!