quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Jambeiro

Aquele jambeiro sempre me encheu de recordações. Embora só o visse durante quinze dias a cada ano, nossa! Quantas histórias ele tinha pra contar... Ah, ele era testemunha dos meus suspiros e versos para o rapaz de olhos castanhos que morava no sobrado branco. Era guardião dos morcegos que tanto me assustavam. Era cúmplice na espionagem da vida do meu "futuro namorado" (namoro que não saiu dos sonhos).
Era companheiro ao assistir comigo da sacada os enterros que ocorriam no cemitério local. Era confidente, ao ouvir meus desabafos à minha melhor amiga, neta da dona da casa. Era amigo, ao fornecer sombra naquelas tardes insuportáveis de verão. Jambeiro, jambeiro... Quantas e quantas vezes você nos viu entrando e saindo em casa, chegando em pleno nascer do sol e escapando quando a amiga lua há muito fulgurava no horizonte! Presenciou brigas, beijos, choros, risadas, broncas, brincadeiras... Durante algum tempo sumi. Descobri outras praias, cidades, labirintos para me enveredar. Mas saiba que não esqueci, jambeiro amigo, o que testemunhastes para mim. E qual não foi minha dor ao constatar, em meu retorno, que lá não estavas mais... Caístes, jambeiro... Seria o peso dos seus anos ou dos meus pecados?

10 comentários:

Anônimo disse...

Olá Fraulein Blau bom dia,

Belo texto!!!!


Depois passa no meu e veja os meus tb!

www.nonato.wordpress.com

MaxReinert disse...

Oi... brigadão pela visita!!!

Bão tenho nenhum jambeiro na minha história... nem nenhuma outra árvore..... vou ter que falar com o analista sobre isso!!!

Mas, em compensação você me fez mudar de opinião sobre os gatos... se ainda não os adoro, pelo menos agora eles tem o meu respeito!!!

bjzzz

Anônimo disse...

Oi Fraunlein Blau!!!

Sempre um ótimo texto para nos aliviar do dia pesado e chato!!

Escreva mais...

Bjos

Raisa. disse...

Gostei da frase final,pecados derrubam muito além de belas árvores,até porque as recordações nos perseguem,gostei deste espaço de meninas instigantes,volto,ainda.

um beijo para o jambeiro tombado de pecados e tempos que se repetem.

Anônimo disse...

Belo texto.
Na vida, como dizia Fernando Pessoa, almas se encontram e se separam, a vida é uma estrada. Morrer é entrar numa curva,morrer é só não ser mais visto. Mas em nossas lembranças as figuras importantes de nossas vidas permanecem como um monumento ao que vivemos.

Anônimo disse...

Muito bom!
Poético, simples, belo...

parabéns pelo blog!

MizLilian

www.urbanopolis.vox.com

Anônimo disse...

É na simplicidade da prosa poética que se encontra a beleza de um texto!!!!

Parabéns

há braços

Anônimo disse...

Bem, em resposta ao seu comentário lá no meu blog, tenho que dizer que não há a menor chance de alguém ficar bonito simpsonizado...

Beijão!

Autora: Tinne Fonseca disse...

Olá,
Obrigada pelo convite para chegar até aqui.Gostei muito do jeito do seu blog, está ótimo! Percebi que temos alguns "gostos" parecidos. rsrsrs... Aguardo a sua visita e estou te adicionando ao meu orkut.
Tinne (A Imperatriz)

Isa Dora disse...

Super poético e apaixonante.
:)